Entrevista a Concrete Show

Victor Moraes • 10 de junho de 2021

Conversa com a Concrete Show 
tecnologia concreto sem cimento

Fomos convidados para um conversa com a Concrete Show, principal feira da construção civil na América Latina, para um bate-papo sobre novas tecnologias da área.


Nossa especialista em estruturas Flavia Duque pode explicar as mais sobre.

Para ajudar a entender um pouco mais sobre essa inovação na construção civil, confira a conversa na Concrete Show Digital.


https://digital.concreteshow.com.br/na-obra/concreto-sem-cimento-o-que-e-como-funciona

concreto sem cimento
Você já ouviu falar em concreto sem cimento? Será que isso é possível? Bem, não é nenhuma novidade que o concreto é o material de construção mais utilizado no mundo, sendo ele o resultado de uma mistura de agregados (areia, brita, água e cimento).

Dessa forma, o cimento é o responsável por unir esses agregados, proporcionando ótimas propriedades de ligação. 

No entanto, existem alguns experimentos e pesquisas que visam reduzir a produção de cimento, visto que ele contribui para a poluição e acelera o aquecimento global.

Vamos entender mais sobre essa novidade que é o cimento sem concreto? Para falar um pouco sobre a temática, conversamos com a engenheira da BR Work e especialista em concreto, Flavia Duque. Boa leitura!

O que é o concreto sem cimento? 

O concreto sem cimento é uma técnica inovadora para a construção civil. Ela foi desenvolvida pelos cientistas japoneses Yuya Sakai e Ahmad Farahani, que criaram a novidade no Instituto de Ciência Industrial, da Universidade de Tóquio.

O concreto sem cimento é uma alternativa interessante para reduzir a emissão de CO2 na atmosfera, contribuindo de forma significativa para proteger o meio ambiente. 

Você também pode gostar de ler: Reduzir a “pegada” de carbono é prioridade para a indústria do cimento.

Como funciona o concreto sem cimento?

“Há o desenvolvimento de uma ligação direta entre as partículas de areia através da reação química de um álcool na presença de um catalisador”, explica a engenheira Flavia Duque, ao falar sobre o funcionamento do concreto sem cimento.

Portanto, os cientistas encontraram no tetraalcoxissilano (composto resultante do processo acima) o candidato ideal para a produção do concreto sem cimento.  

“A ideia de produzir tetraalcoxissilano a partir da areia em reação com álcool e um catalisador, resultando no processo chamado sol-gel garantindo a união entre as partículas e a resistência do concreto, se faz interessante pela infinidade de recursos alocados nessa tecnologia”, complementa a engenheira.

O concreto sem cimento já está no Brasil? O que pode mudar com seu uso?

Flavia conta que, infelizmente, essa nova tecnologia ainda está sendo desenvolvida apenas em solo japonês. Portanto, ainda não é possível encontrá-la no Brasil. No entanto, se tudo der certo, trata-se de algo realmente revolucionário para o setor da construção civil.

Para ela: “A maior mudança no setor se dá às novas possibilidades de construção em regiões desérticas, onde se estuda até a construção na Lua e em Marte. Também há uma redução muito significativa de emissão de gases causadores do efeito estufa. Além disso, há uma maior resistência e durabilidade das edificações”. 

O que pensam especialistas da área sobre a inovação do concreto sem cimento?

O concreto sem cimento é uma alternativa interessante e, sem dúvida, é uma descoberta revolucionária.

Afinal, podemos considerar que é uma das evoluções do concreto, visto que ele será produzido a partir de materiais inesgotáveis, além de não prejudicar o meio ambiente.

Inclusive, diversos cientistas vêm buscando novas alternativas para substituir o cimento na produção de concreto, como é o caso da utilização da escória de alto forno e as cinzas volantes. 

“No entanto, normalmente, elas são impraticáveis devido à falta de insumos quando avaliamos o cenário a longo prazo”, afirma Flavia.

Que outras novidades semelhantes estão em desenvolvimento e podem surgir em breve na construção civil?

“Acredito que, em breve, surgirão outras descobertas para transformarmos a construção civil em um setor mais ‘verde’ e econômico”, aposta Flavia.

A engenheira nos conta que já podemos acompanhar algumas pesquisas de bioconcreto — onde há propriedades de regeneração das rachaduras e fissuras por meio da adição de bactérias em sua composição. 

Porém, ainda há muitos desafios, pois Flavia reforça que isso se tornará uma opção econômica menos vantajosa de imediato. 

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